sábado, 9 de maio de 2009

Diabetes no Brasil: direitos negados

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Não há dúvidas de que a medicina avançou muito nos últimos anos com relação ao diabetes. Hoje temos todos os tipos de insulinas, remédios orais, e até cirurgias em fase experimental à busca da cura. Mas será que todo esse avanço se reflete também aqui no Brasil?
Um dia desses, eu assisti a uma reportagem na tv aberta contado a história de uma menininha de Minas Gerais que precisava fazer as medições com o glicosímetro cinco vezes ao dia, mas o posto que lhes fornecia as fitinhas, que por sinal são extremamente caras, só entregava o suficiente pra fazer o exame duas vezes/dia apenas. Na entrevista a mãe contava que ela não podia aplicar a insulina na criança sem antes fazer o teste de glicose, pois poderia levá-la a uma hipoglicemia, em caso do açúcar já estar baixo no momento da aplicação. Como insulinodependente posso dizer que é bem assim mesmo.
Alguém que depende do hormônio e que esteja realmente interessado em controlar o diabetes, fará o teste apenas duas vezes por dia? Quem aplica a insulina sabe que é praticamente impossível, pelo menos no início do tratamento, como deveria ser o caso dessa criança, não precisar das fitinhas ao menos quatro vezes entre as principais refeições. Não adianta falar "é só se controlar", que essa tática nem sempre funciona nos insulinodependentes. Em certos momentos precisamos comer um pouco mais, e ingerir algo doce, em outros não podemos comer nada por um determinado período, e como saber ao certo o que fazer se não soubermos como está a quantidade do açúcar no sangue? No meu caso, dês de que dei início ao tratamento para o diabetes (dieta, exercícios) a falta do glicosímetro me rendeu várias visitas ao hospital, todas elas por hipoglicemia grave. Hoje me controlo muito mais, pois posso fazer o destro cinco vezes ao dia, antes ou após cada refeição, e isso também inclui as aplicações de insulina, que apesar de serem sempre aplicadas no mesmo horário, devem ser administradas com cautela, com a certeza de que me alimentei corretamente antes ou após a injeção. De início, duas fitinhas realmente não dão...

O problema é ainda maior em algumas regiões do país, que não possuem nem ao menos o estoque necessário de insulina, agulhas, glicosímetro e fitinhas para a população portadora de diabetes, que vem crescendo a cada dia.
Acredito sim que os avanços são expressivos, até mesmo aqui no Brasil, mas em comparação a países desenvolvidos, como o Estados Unidos, estamos mesmo a anos-luz de distância do ideal.

Diabetes é uma doença crônica e sem cura, que muitas vezes não pedimos pra ter, não fazemos nada que favoreça seu surgimento, mas ela vêm. Então porque não temos o direito, mesmo pagando por eles, de ter o tratamento adequado com os recursos que nos são nossos também, como o dinheiro público?

Moro em São Paulo, capital, e tive a sorte de conseguir tudo, absolutamente tudo que é necessário para o meu tratamento gratuitamente. Não deveria ser sorte, mas apenas um direito de todos nós brasileiros.

Sobre os direitos do diabético, vale apena conferir:
Sociedade Brasileira de Diabetes
ANAD

5 comentários:

ANA PIMENTEL disse...

OI, Anderson!
Sim, também sou diabética. Tenho 61 anos e ha 13 sou diabética. Diria que nao considerei com a devida seriedade , no início, essa doença. Por isso, hoje ja estou no processo de falência renal.
Diria que o lado positivo de tudo isso, ( sim.. sempre ha um lado positivo em tudo na vida,) é a urgência de se pprecisar olhar para si mesmo todo dia, com atenção e cuidado.
Não temos esse hábito normalmente.
E, tudo isso acaba se tornando um parendizado contínuo e mudanças drásticas em nossa vida. Um dos meus divertimentos, era ir a barezinhos com amigos, beber e comer ( como todos, aliás). Esss hábito teve que ser alterado completamente.
E quanto aos medicamentos, tive que entrar na justiça solicitando formalmente, o que ja tenho direito por lei.
É uma luta contínua. Talvez seja ese o grande " benefício" da diabetes: exigir nossa atenção constante. Vigilãncia e a descoberta de outros prazeres, e consequentemente, de nmovos amigos e novos hábitos.

Anderson Gonçalves disse...

Que bom que mesmo na doença você ainda consegue ver o lado bom das coisas, pois quantos com um probleminhazinho de nada estão ai xingando Deus e o mundo? Parabéns pelo exemplo, quero, assim como você, daqui há 13 anos, poder dizer que ainda luto a cada dia para vencer a doença, e a mim mesmo. Pois em quanto eu lutar contra ela, poderei ser feliz convivendo com ela.

Obrigado pelo comentário,
grande abraço!

Anônimo disse...

Oi Anderson,
Estou chegando em SP (morando) agora e preciso de uma ajuda sua. Bem, ainda não tenho médicos aqui. Eu morava em BH e lá eu recebia as fitas e a minha insulina que é a Lantus (Super cara). Aqui me indicaram a ir no UBS próximo ao bairro Saúde, já que moro na vila guarani. Gostaria de uma ajuda sua em indicações de médicos e de uma orientação, em como devo dar entrada nos pedidos de fitas e insulinas aqui em SP.Tenho 31 anos e já tenho diabetes desde os 17. Sou de Recife, morei 6 anos em Belo horizonte e sou consultora de sistemas, então viajo praticamente de segunda a sexta. A vida com esta doença não é fácil, mas nunca podemos desanimar. Como disse um médica minha em Recife entre você comer um doce e ficar deprimida, coma um doce, pois é mais fácil controlar o açucar do que sua cabeça.
Grata,
Karina Lima.(kal_lima@hotmail.com)

Anderson Gonçalves disse...

Karina, pra receber as fitinhas e a insulina você precisa primeiro de uma prescrição médica dizendo do que você precisa. No caso da Lantus, converse com o médico, pois eu acho que nem sempre eles disponibilizam, precisam saber que a pessoa precisa mesmo. No meu caso eu recebo a insulina comum, mas consigo fazer um bom controle com ela, então não preciso tanto da lantus, por isso pra mim eles não disponibilizariam. PArece que pra receber os benefícios todos você precisa se inscrever no programa do governo, mas eu não posso dizer ao certo por que estas coisas quem viu pra mim foi minha mãe, pois ainda eu estáva internado quando ela deu uma conferida nisto.

Mas eu achei essa matéria no site da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) sobre a distribuição gratuita de insulina e fitinhas aqui em São Paulo, dê uma conferida:

http://www.diabetes.org.br/imprensa/noticias_nacionais/index.php?id=397

Obrigado por comentar,
e boa sorte! :)
Forte abraço!

Unknown disse...

Oi,eu me chamo wellingtom Miranda,tenho 27 anos e sou portador da Diabetes a 6 meses. Tudo começou depois de uma cirurgia ao coraçao que fiz,exatamente a 6 meses tambem. Ainda n me acostumei com a ideia de ser diabetico,mas ja estou a ver que tenho que me acostumar. Atualmente estou a viver na Alemanha, no proxim
o dia 24 de novenbro estou de partida para o brasil,estou com um pouco de medo,pois sei como o sistema de saude funciona no brasi. Mas espero que eu tenha sorte,porque preciso de faser testes ao sangue 3 vs ao dia e ingerir insulina uma vez ao dia. Obrigado e sorte a todos! Meu email tedyboy84@hotmail.com

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