quinta-feira, 21 de maio de 2009

Diet, light, e orgânicos: Valem a pena comprar?

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Quem me conhece já sabe que ainda fico super revoltado com certas coisas que acontecem na vida de um diabético. Uma delas é ter que, em muitos casos, como o meu, depender única e exclusivamente da saúde pública pra receber o necessário ao tratamento do diabetes. O que mais me irrita, com tudo, não é nem tanto a saúde pública, pois no meu caso até que ela não é de todo o ruim, como tem sido pra muita gente, mas o que me deixa revoltado mesmo é o custo absurdo que é ter uma alimentação mais saudável nos dias de hoje. Você já parou para comparar os preços dos diet/ light com os comuns? Enquanto o pão de forma tradicional, de uma marca bastante popular, sai por 2,50 R$ à unidade de 500g, o integral, de apenas 400g e de uma marca menos conhecida sai por 4,80 R$! Outros, com 350g, de outras linhas e marcas, chegam a custar em torno do mesmo preço, apesar de apresentarem menos conteúdo na embalagem. Encontrei um mais em conta, porém a marca traz o logotipo do próprio mercado, no custo de 3,00 R$ a embalagem de 400g, ainda por cima continua caro, se for levar em conta a qualidade duvidosa.
No mundo diet não encontramos apenas pão integral, é claro, existe uma infinidade de produtos que são classificados como dietéticos ou de reduzido teor disso ou daquilo; à medida que o consumo de "besteiras" cresce no mundo, cresce também a necessidade de alimentos específicos para compensar os exageros, ou mais ou menos isso.

É até irônico, mas às vezes a saúde do corpo traz a doença do bolso!
Você já comprou alimentos orgânicos? Eu não.
Sou meio chato com relação a isso. Eu fico me perguntando por que eles cobram o dobro só pra NÃO ter que colocar certas porcarias no alimento, como adubo inadequado e agrotóxicos, deveria é sair mais barato, pela lógica. Claro, sei que não é bem assim, também existe todo um trabalho com relação ao cultivo sem pesticidas, mas não deveria custar tão mais caro, na verdade todos alimentos, ao meu entender, tinham que ser orgânicos, sem aditivos prejudiciais à saúde, assim teriam de ser produzidos á larga escala, e em contrapartida, com preços mais atraentes. Eles ainda não entendem que quando compramos o tomate, queremos o tomate, e não um agrotóxico que pode causar câncer, e não é justo pagar mais pra que ele não venha junto.
Bom, desabafos à parte, vamos ao que interessa: os preços.
Não é todo diet que custa mais caro, e a tendência é esta, se igualarem os custos, pelo menos em boa parte das opções, dependendo do tipo de produto. A maionese mais vendida no país, por exemplo, custa o mesmo preço tanto na versão comum quanto na light. A margarina de reduzido teor calórico não apresenta um custo tão elevado se comparada a normal, a diferença gira em torno de 0,90 R$, ou menos, dependendo muito da marca. Em geral, são produtos como os que estão tendo seus preços reduzidos nas versões dietéticas, como a margarina, , sorvete, e alguns outros, como a maionese e o refrigerante, o interessante é que este último não custa nem um centavo a mais que o convencional, já encontrei casos de ser até um pouco mais barato. As guloseimas, por outro lado, estão longe de um preço mais acessível ao bolso. O pior dos "assaltos", se assim quiser descrever, está mesmo na sessão mais deliciosa do supermercado. No caso dos chocolates, o negócio é ter dinheiro sobrando, ou glicemia em baixa pra beliscar um açucarado. Do contrário é melhor passar longe. Os preços podem variar muito, mas a diferença em alguns casos chega a ser assustadora, enquanto o chocolate comum de uma de uma determinada marca, embalagem de 100g, sai por menos de 2,00 R$, o que não contém açúcar custa entre 4,00 R$ e 5,00 R$, e não é o mais caro ainda. Biscoitos, é melhor nem perguntar o preço.
É obvio que tanto custo pode ter uma explicação - se é mais caro pra produzir, é mais caro pra vender, embora essa tese não se aplique a todos, alguns saem até mais baratos por ter maior proporção de água em sua composição, afim de reduzir seu teor de gordura - porém sabemos que não é bem este o único motivo dos altíssimos preços. Acontece também que existe uma procura menor, se comparada á compra dos produtos comuns, com as versões diet e light, tão como os orgânicos, só que eu acredito não ser este, ainda, o maior motivo. Creio que as indústrias procuram se beneficiar da necessidade do consumidor, pergunte para o mesmo se ele compra por que quer, ou precisa. O alimento não é um produto dispensável, que você escolhe comprar ou não, e se a saúde não permite que você adquira os mais baratos, e se o bolso permitir, você fará o máximo para comprar o que precisa, muitas vezes não pergunta nem o preço, e as industrias adoram isso.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Diabetes: Uma nova condição

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Quando estamos passando por algum problema, ou dificuldade, alguém sempre nos diz que tudo vai passar.
É verdade, tudo passa, seja aqui, em vida, ou depois dela.
Mas, e se durante esta vida o problema não passar?
O jeito é a aceitação.
Ter diabetes é ter que saber que sempre teremos diabetes, mesmo na esperança da cura; precisamos entender que se ela não vier, teremos de conviver assim.
Não dá pra esperar pelo inesperado, o tempo não permite.
Não dá pra fingir que nada aconteceu, pois diabetes é um acontecimento entanto.
Temos que aceitar nossa nova realidade: a vida com mais saúde, ou com mais problemas, tudo vai depender.

Algumas pessoas estranham em me ver mais feliz, pensando que fiquei feliz por ter diabetes. Ninguém é feliz por levar um soco na cara, ou por perder um emprego, e muito menos por ter uma doença crônica. Mas de fato, sim, estou mais feliz. Estou mais feliz porque aprendi a viver com diabetes, ou melhor, aprendi a viver. Só isso.
Aceitei minha condição, como um tetraplégico aceita a sua, e continua a sorrir.
O que é diabetes perto da invalidez?
Aceitei estar vivo, e continuar.
Se vou viver mais dez, vinte anos, só Deus sabe, mas eu sei que viverei mais, pode ser mais um minuto, ou mais um dia, já é mais... Claro que espero viver muito, muito mais.
Diabetes, pra mim, nada mais é que uma nova condição.
Sabe quando nossa mãe nos diz: "você só vai comer doce com uma condição..."
É mais ou menos assim.
Hoje eu sei que só poderei viver bem se tiver certos cuidados, e ter mais consciência, esta é a minha nova condição.

domingo, 10 de maio de 2009

Diabético: Pode ou não pode?

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A pergunta que me fazem frequentemente, e creio eu que á todos os outros diabéticos, é: "você não pode mais comer doces?"
A resposta é simples...
Sim, e não, talvez. Tudo isso. Essa é a resposta. Na verdade, eu também gostaria de perguntar, em particular para você diabético. Você pode comer doce?
Minha companheira de blogosfera Luciana Oncken, do blog "Viver com Diabetes",
diz que prefere evitar os doces, pois é do tipo 2, e controlar a hiperglicemia fica mais difícil nesses casos. Uma amiga da minha mãe que descobriu que tem diabetes à algum tempo e depende da insulina carrega com sigo sempre algo doce na bolsa, pois pode vir a precisar do açúcar em casos de hipoglicemia, sintoma mais comum em insulinodependentes, como eu. No meu caso, como também faço aplicações de insulina diariamente, e como moderadamente, de forma fracionada, acabo por ter uma certa tendência a hipoglicemias, por tanto, em determinados momentos eu posso, preciso, e devo comer algo doce. Por outro lado, há momentos que eles me são proibidos, sim, e estes momentos são quando estou com glicemia elevada. Comê-los quando o açúcar no sangue já está alto seria como beber e dirigir: você pode até não morrer por isso, mas correrá sérios riscos.

O que nem todos sabem, no entanto, é que não é o açúcar o único vilão, ou amigo, da história. Um salgado, por exemplo, pode apresentar maior índice glicêmico do que um doce, ou seja, aumentar mais a glicose no sangue do que aquele que contém o açúcar simples.
Se você é diabético, provavelmente já foi advertido por seu médico: "não pode abusar das massas, das carnes gordas, nem mesmo das frutas..." Mas os que não convivem com a doença, muito que provavelmente estão a pensar como antigamente: "diabético só não pode comer doce".

Podemos comer de tudo, mas não tudo, de uma só vez.
Podemos fazer de tudo, tudo que nos de prazer.
Podemos ser normais, e diabéticos. Por que não?
Podemos viver e aprender com a vida.
Podemos ser saudáveis, com ou sem a doença.
O que não podemos mesmo é deixar de viver!

E moderar, é claro...

(Consulte regularmente seu médico e/ou nutricionista!)

sábado, 9 de maio de 2009

Diabetes no Brasil: direitos negados

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Não há dúvidas de que a medicina avançou muito nos últimos anos com relação ao diabetes. Hoje temos todos os tipos de insulinas, remédios orais, e até cirurgias em fase experimental à busca da cura. Mas será que todo esse avanço se reflete também aqui no Brasil?
Um dia desses, eu assisti a uma reportagem na tv aberta contado a história de uma menininha de Minas Gerais que precisava fazer as medições com o glicosímetro cinco vezes ao dia, mas o posto que lhes fornecia as fitinhas, que por sinal são extremamente caras, só entregava o suficiente pra fazer o exame duas vezes/dia apenas. Na entrevista a mãe contava que ela não podia aplicar a insulina na criança sem antes fazer o teste de glicose, pois poderia levá-la a uma hipoglicemia, em caso do açúcar já estar baixo no momento da aplicação. Como insulinodependente posso dizer que é bem assim mesmo.
Alguém que depende do hormônio e que esteja realmente interessado em controlar o diabetes, fará o teste apenas duas vezes por dia? Quem aplica a insulina sabe que é praticamente impossível, pelo menos no início do tratamento, como deveria ser o caso dessa criança, não precisar das fitinhas ao menos quatro vezes entre as principais refeições. Não adianta falar "é só se controlar", que essa tática nem sempre funciona nos insulinodependentes. Em certos momentos precisamos comer um pouco mais, e ingerir algo doce, em outros não podemos comer nada por um determinado período, e como saber ao certo o que fazer se não soubermos como está a quantidade do açúcar no sangue? No meu caso, dês de que dei início ao tratamento para o diabetes (dieta, exercícios) a falta do glicosímetro me rendeu várias visitas ao hospital, todas elas por hipoglicemia grave. Hoje me controlo muito mais, pois posso fazer o destro cinco vezes ao dia, antes ou após cada refeição, e isso também inclui as aplicações de insulina, que apesar de serem sempre aplicadas no mesmo horário, devem ser administradas com cautela, com a certeza de que me alimentei corretamente antes ou após a injeção. De início, duas fitinhas realmente não dão...

O problema é ainda maior em algumas regiões do país, que não possuem nem ao menos o estoque necessário de insulina, agulhas, glicosímetro e fitinhas para a população portadora de diabetes, que vem crescendo a cada dia.
Acredito sim que os avanços são expressivos, até mesmo aqui no Brasil, mas em comparação a países desenvolvidos, como o Estados Unidos, estamos mesmo a anos-luz de distância do ideal.

Diabetes é uma doença crônica e sem cura, que muitas vezes não pedimos pra ter, não fazemos nada que favoreça seu surgimento, mas ela vêm. Então porque não temos o direito, mesmo pagando por eles, de ter o tratamento adequado com os recursos que nos são nossos também, como o dinheiro público?

Moro em São Paulo, capital, e tive a sorte de conseguir tudo, absolutamente tudo que é necessário para o meu tratamento gratuitamente. Não deveria ser sorte, mas apenas um direito de todos nós brasileiros.

Sobre os direitos do diabético, vale apena conferir:
Sociedade Brasileira de Diabetes
ANAD

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Um dia inteiro sem "hiper"!

Bom, não foi desta vez, ainda, que tive um dia inteiro de controle sobre o açúcar, mas pelo menos hoje foi o primeiro dia, dês de que faço as medições com o glicosímetro em casa, que não tive nem um episódio de hiperglicemia, ou seja, glicose acima de 200 mg/dl.
O dia foi bem tranquilo com relação aos índices, mas tive uma hipoglicemia que me deixou meio preocupado, pois tenho tido muitas "hipos" ultimamente. Á tarde a glicemia estava em 52... Que descuido o meu, pois saí pra passear com o cachorro sem ao menos fazer o destro antes. Mas no resto do dia correu tudo bem, e o maior índice foi de 189, antes da janta. Estou feliz com os resultados. Quero melhorar mais a cada dia!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Primeiro dia de total controle, ou quase...

http://www.kithelp.com/modelos/img/glicosimetro_t.jpg

De todas as vezes que já fiz o tal do destro em casa
(como nós diabéticos chamamos o exame de glicose), oficialmente foi hoje a primeira ver que minha glicemia se comportou como a de um não diabético... Ou quase isso.
Já venh
o furando meu dedo diariamente há pouco mais de duas semanas, e dentre esse espaço de tempo já vi minha glicemia estar 45 mg/dl á noite e logo no dia seguinte, após o jejum das oito horas, saltar para 229. Vi a mesma subir pra 406, e no mesmo dia cair e subir novamente, pra 416. E em outra ocasião vi a taxa glicêmica em 41. Isso tudo foi só em quanto eu podia medir. Quando não media era bem mais descontrolada, me levando até a internação por hiperglicemia e duas semanas depois, por hipo. Bom, é outra história. O que eu quero partilhar agora é a minha alegria em saber que hoje, após um histórico de descontrole absoluto, já estou aprendendo a me controlar (finalmente!), pois das cinco vezes que fiz o destro, nenhuma estava nem abaixo de 70 nem acima de 200. Ainda tive que comer meio pacote de negresco pra não ter uma hipoglicemia, porque a glicose estava em 76 mg/dl. Claro que não engoli tudo de uma só vez, como fazia antes, não sou louco! Comi bem lentamente, aos pouquinhos, enquanto estava andando, e a taxa glicêmica não deu um pulo, como de costume, apenas teve pico de 194 (o maior índice do dia) e minutos depois já estava em 160!

Na verdade não é de hoje, exatamente, que eu venho aprendendo a exercer um certo controle do açúcar. A cada dia que passa a minha glicemia fica um pouco menos descontrolada que a do dia anterior, mas sempre com algumas "hiper" e várias "hipos". Bom, desta vez não teve nem uma nem outra, pelo menos até agora.

Ainda vou jantar e tomar o café da noite, mas este é justamente o horário mais fácil de controlar a glicemia, então espero continuar bem “controladinho” até a noite pra ir dormir feliz por completo e comemorar o primeiro dia de diabético controlado!

Más notícias (pra mim): Acabo de medir novamente, são 20 horas e 35 minutos, e glicemia de 281... Que coisa, não?

Quem sabe amanhã?

sábado, 2 de maio de 2009

Comer fora e com os amigos é tudo de bom, mas com prudência...



Sair com os amigos é muito bom. Sair com os amigos pra comer fora, então... É bom demais! Não precisa ser nada de extraordinário, com cardápio requintado. Algo simples, como uma pizza, um sorvete, já é o que torna nosso dia incrivelmente mais interessante.


Já está marcado. Hoje vou sair com meus amigos, e comer muito. Muito bem eu quero dizer.

Pois é. Ser diabético têm lá suas restrições, sim, e não devemos ignorar isso. Pelo menos não em 99% dos dias. Nos outros 1% quem sabe?
Vamos a uma esfiharia, então no cardápio, obviamente vai ter que ter esfiha. Mas sorvete e refrigerante é certo que vão estar incluídos no pedido dos meus amigos.
Mas, e no meu?
Bom, essa é a parte boa, ou ruim... Vai depender da glicemia, é claro. Espero que ela se comporte, e eu vou trabalhar pra isso (rsrs...). Afinal, se não é todo o dia que eu tenho esses momentos, quero aproveitar ao máximo, e aproveitar ao máááximo vai dês de um bom papo com a turma até uma boa comida, pra variar, e em boas porções, sem dúvida.

Pra mim já tenho uma ótima e uma má notícia: A má é que logo pela manhã a glicemia já estava nas alturas, em péssimos 258 de jejum, quando o normal no jejum é de apenas 80 mg/dl. Mas a boa notícia é que depois disso voltou ao normal, e das últimas duas vezes que medi, às dez da manhã e uma da tarde, os índices estavam abaixo de 150. Espero manter assim, ou um pouco abaixo até a noite. E vou torcer pra que minutos antes das guloseimas a glicose esteja em aceitáveis 80, 90 mg/dl, não muito abaixo, pra evitar a hipo, nem muito acima, é claro, pois vai subir consideravelmente depois da comida - industrializada e muito calórica!

No geral, como bastante verduras, legumes, frutas, e outros alimentos ricos em fibras, como os integrais. Então, que mal há, em ao menos uma "vezinha" no mês, ou na semana, que seja, abrir mão da dieta saudável e sair da rotina pra comer o que gosto? Sem nescessáriamente sair da linha, é claro.

Afinal, ser diabético exige prudência em tempo integral. E dá pra ser feliz assim...

Por outro lado, caso preciso, terei as opções diet. Posso pedir um suco com adoçante, como já fiz um dia desses em outra esfiharia. Ou então tomar um "refri" sem açúcar. Apesar de não gostar tanto dos refrigerantes diet quanto gosto dos comuns.
Comer menos do que eu gostaria de comer vai ser imprecindível em caso de glicose acima de 100 mg/dl. Mas sorverte diet será mais difícil de encontrar. Então, provavelmente terei de evitar.

Bom, independente do quanto vou poder comer ou não, uma coisa é certa: vai ser muito bom, pois estarei com meus amigos, e eles fazem tudo ficar mais doce, ainda que eu só coma salgado!

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